sexta-feira, 11 de maio de 2012

Europa não exige a Portugal mais austeridade este ano

     
O comissário do euro defendeu hoje que o programa português e as medidas orçamentais "estão bem encaminhadas", apesar de prever uma derrapagem no défice de duas décimas face à meta do governo, que é de 4,5%. Questionado sobre a necessidade do governo tomar novas medidas, Olli Rehn não vai por aí, pelo menos, por enquanto.


      A desvalorização interna está a ser mais forte do que o previsto e isso reflecte-se na economia real. O crescimento está dependente das exportações que esbarram na recessão da zona euro, sobretudo a espanhola. No que depende de Portugal, Bruxelas pede apenas 'mão de ferro' na implementação. O relatório que sustenta as previsões económicas de Primavera, hoje divulgadas, espera uma "uma execução apertada" das medidas e renova confiança no Governo em cumprir as metas previstas. Rehn explica deterioração da actividade com a quebra na procura, maior que prevista, e que implica um fardo maior no desemprego e na actividade económica do próximo ano.
      "A composição do crescimento está a mudar para as exportações líquidas, e não resulta tanto da procura interna", explica. Isto é "positivo para reequilibrar" as contas e para "tornar o crescimento mais sustentável" mas o problema é que "no curto prazo o desemprego continua a deteriorar-se".
      A procura interna afunda-se em Portugal mais do que em qualquer outro pais da zona euro e UE: -6,6%. O consumo privado cai 6,1% face a 2011 e o investimento também cai 11,8%, quase o dobro das quebras em Espanha e Grécia. O investimento em equipamento regista mesmo um recuo de 14% face ao ano anterior. É este fosso, mais acentuado do que o previsto, que - segundo Bruxelas - está a provocar um desemprego (15,5% este ano) que é já o terceiro maior do euro.
      Todos os olhos se viram para a capacidade exportadora do pais. Nos dois primeiros meses, nota o relatório, os indicadores são positivos, mas apenas para as vendas ao resto do mundo. O alastrar da crise na UE, onde estão os principais parceiros comerciais, nomeadamente a Espanha - que está agora a entrar na câmara de horrores da austeridade -, trava muitas opções para exportar. Bruxelas espera que as exportações em Portugal aumentem 2,5% este ano e já não 4,2% como esperado. Em 2013, serão de 4,7% e não de 6,1% como previsto há seis meses atrás.


                                               Retirado de: http://economico.sapo.pt/noticias/europa-nao-exige-a-portugal-mais-austeridade-este-ano_144382.html

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