domingo, 16 de outubro de 2011

OCDE prevê que Irlanda retome o crescimento já este ano


     A Irlanda será o único país da zona euro sob intervenção da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que não vai terminar o ano em recessão. Para 2011, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê já uma retoma do crescimento económico, para 1,2% do PIB.

     As perspectivas económicas de longo prazo da economia irlandesa parecem para a instituição mais favoráveis do que o projectado em Maio e mesmo face às previsões negativas esperadas para outros países também afectadas pela crise das dívidas na zona euro (alguns em profunda recessão).
    Num relatório apresentado hoje em Dublin, a OCDE revê em alta as projecções de crescimento da economia irlandesa, quando há cinco meses apontava para uma estagnação económica no final deste ano. Em 2012, a economia vai abrandar, mas manter-se em crescimento, de 1% do PIB.
     O défice público deve ficar em 10% este ano, “antes de uma trajectória de redução nos anos seguintes”, prevê a organização com base nas medidas que o Governo está a implementar – e que a OCDE elogia –no quadro do programa de ajustamento financeiro acordado com a Comissão Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu em Novembro do ano passado como contrapartida ao empréstimo de 85 mil milhões de euros.
   “Estão a ser realizados bons progressos para cortar o défice orçamental, mas é preciso fazer mais”, defende. O objectivo do défice para 2015 é de 3% – o limite inscrito no Pacto de Estabilidade e Crescimento para os países da zona euro. Segundo prevê a OCDE, em 2012, o défice irlandês estará ainda nos 8,6% e, no seguinte, em 6,5%.
    A economia irlandesa estava em recessão desde 2008, “depois de uma década de forte crescimento” que chegou a colocar o país entre os quatro com maiores crescimentos económicos per capita entre os Estados-membros da OCDE.
    Para a instituição liderada por Angel Gurría, há três eixos em que o Governo se deve concentrar para potenciar áreas estruturais da economia e, assim, “aumentar as probabilidades de sucesso” económico: promover um ambiente que incentive o investimento empresarial, flexibilizar o mercado de trabalho e qualificar a mão-de-obra.
  “Se o crescimento económico continuar, a Irlanda deverá enfrentar uma redução do défice mais rapidamente do que consta do programa [de ajustamento], o que ajudará a sua credibilidade nos mercados financeiros [actualmente fechados para as economias em dificuldade na zona euro]”, referiu em comunicado Robert Ford, director-adjunto da divisão de estudos da OCDE sobre a economia irlandesa.

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